Saiba como os painéis solares se comportam nas baixas temperaturas

A forte massa de ar polar que chegou ao Brasil causou uma queda histórica nas temperaturas de todas as regiões nos últimos dias. Na sexta-feira (30), por exemplo, a capital paulista registrou 4,3 °C, na Zona Norte, às 6 horas – considerada a menor dos últimos cinco anos.

Além disso, diversas cidades no Sul registraram até neve e chuva congelada, que é quando as gotículas de água se congelam ao deixar a nuvem mas se derretem ao tocarem o chão.

Em meio a este cenário, a dúvida que fica no setor solar é como os painéis se comportam quando tais fenômenos meteorológicos atingem o país. Fernando Castro, gerente nacional da JA Solar Brasil, comentou sobre o assunto e discorreu a respeito da resistência dos módulos fotovoltaicos às baixas temperaturas.

“Na folha de dados você pode descobrir que a temperatura de operação do painel é de -40 ℃ a +85 ℃. No nordeste da China, pode ocorrer até -30 ℃ ou menos no inverno, e ainda assim a placa pode funcionar muito bem”, destacou. 

Segundo Castro, com relação à carga máxima de neve, a mesma é de ​​5400 Pa na frente do módulo, e a carga máxima do vento é de 5400 Pa na frente e 2400 Pa na parte traseira. Já a carga mecânica dinâmica é de 1000 Pa com 1000 ciclos.

“Para baixas temperaturas, os painéis passam pelo teste TC200, com 200 ciclos térmicos de resfriamento e aquecimento (de -40 ℃ a 85 ℃). Ademais, passam também pelo teste HF10, com 10 ciclos de congelamento úmido (-40 ℃ a 85 ℃, com 85% de umidade)”, relatou.

“A propósito, se os clientes usarem módulos bifaciais no lugar do padrão, encontrarão um fenômeno interessante no dia de neve. Ela derreterá mais rápido na parte frontal do bifacial do que no convencional”, exemplificou. 

Isso porque, de acordo com o especialista, enquanto a frente da placa estiver coberta por neve, a parte traseira ainda receberá alguma luz e produzirá um pouco de calor, fazendo a neve derreter – o que pode ser uma vantagem extra.